2005

A televisão e a política de integração nacional

por Santuza Naves RibeiroIsaura Botelho

Resumo

No início da década de 70, sob o pano de fundo de uma política econômica desenvolvimentista e o país vive o chamado “milagre econômico enquanto o governo implanta sofisticados aparelhos ideológico e repressivos, a televisão brasileira, ou, mais exatamente, a TV Globo, configura-se como o principal veículo de comunicação de massa do país.

A trajetória da empresa acompanha o clima otimista de “Brasil Grande”. O acesso aos bens de consumo “modernos” se estende a uma faixa maior da população, malgrado a política econômica concentradora da renda. A televisão, nesse período, e principalmente a Globo, cumpre a missão de “integrar” as populações regionais e periféricas à moderna sociedade de consumo.

O projeto da Política de Integração Nacional do governo, então, coincide com o projeto de expansão econômica da empresa. Este encontro de objetivos produz uma espécie de casamento perfeito dos dois empreendimentos, o privado e o governamental. É exatamente por suas características de empresa capitalista, cujos objetivos se ajustam ao modelo econômico que se efetiva no país, que a TV Globo se torna a veiculadora de maior peso da Política de Integração Nacional.

Também no início da década de 70, dá-se a entrada da “inteligência” na Rede Globo. A comédia de costumes brasileira, por exemplo, é implantada nesta emissora com A grande família (textos de Oduvaldo Vianna Filho e direção de Paulo Afonso Grisolli). Mas por que a TV Globo investe em um tipo de programação direcionado para setores mais sofisticados, se a emissora conta, nesse momento, com a audiência da faixa popular do público?

O fato é que a TV Globo se notabilizou, como indústria, pela fabricação do “Padrão Global de Qualidade”, um ideal antisséptico do período do milagre. Este se tornou um parâmetro de “perfeição”, de “eugenia”, de “limpeza de imagem”, o que concorreu, tanto quanto a censura oficial, para abortar ou alterar projetos de veiculação da realidade brasileira. Como bem explica Walter Avancini: “A Globo virou o baluarte da classe média, pairando acima da realidade e vendendo ao espectador um Brasil bonito, bem-sucedido, um Brasil de milagre. Foi afinidade, não foi plano maquiavélico de ninguém. A Globo é, sem dúvida alguma, o produto mais bem-acabado e mais bem-sucedido da ditadura. A Globo concretizou uma abstração: Ordem e Progresso.


É no início da década de 70 que se consolida a “inflexão para cima” na economia brasileira, cujo marco é 1968. Esta guinada, de acordo com Paul Singer (1976), resultaria de modificações introduzidas na política econômica, como o êxito no combate à inflação e a ênfase na aceleração do crescimento. Delineia-se a estratégia governamental, a qual, sob o pano de fundo de uma política econômica desenvolvimentista, implanta sofisticados aparelhos ideológicos e repressivos. O governo procura legitimar-se nessa fase, e dada a ausência de um suporte político para tanto, utiliza o chamado “milagre econômico” como instrumento ideológico para reforçar o regime. Vivencia-se um momento de superestima dos padrões de racionalidade, de pragmatismo e de eficiência, de onde emerge o tecnocrata como protótipo do realizador de todo um novo trabalho político.[1] Assim, a palavra de ordem do momento — “Este é um país que vai pra frente” — tem muito a ver com o conceito de modernidade que então se difunde. Afinal, os setores “modernos” da burguesia (empresários da Grande Unidade de Produção) e da classe média (a tecnocracia e os militares) se aliam e detêm uma hegemonia no sistema de dominação.

Em 1971 é divulgado o I Plano Nacional de Desenvolvimento (72/74), apresentando, como

plataforma básica, os pontos ligados à modernização da empresa nacional e das estruturas de comercialização, assim como a criação de mecanismos de incentivo à exportação, de expansão da poupança e do mercado interno e da formação de um novo mercado consumidor. Estão lançadas as bases da política de integração nacional:

A Integração Nacional, com significado primordialmente econômico-social, destina-se, do ponto de vista da demanda, a criar mercado interno capaz de manter o crescimento acelerado e auto-sustentável, e do ponto de vista da produção, a permitir a progressiva descentralização econômica. (I PND, “Estratégia do Desenvolvimento Nacional” e “Política de Integração Nacional”)

É neste contexto de crescimento econômico e de racionalização e burocratização das instâncias políticas que a televisão brasileira, ou, mais exatamente, a TV Globo, configura-se como o principal veículo de comunicação de massa do país. Walter Clark, um de seus principais ideólogos, nos deu o seguinte depoimento:

A TV Globo se desenvolveu no período mais difícil da economia brasileira. Ela foi criada, gerada, gestada, no período de 1966 a 67. A TV Globo nasceu num período de recessão do país. E teve o seu crescimento num período em que o país teve grande crescimento.[2]

De fato, não há como negar a coincidência de ambos os processos, pois a TV Globo, paralelamente à aceleração da economia brasileira, organiza-se como uma indústria tipicamente capitalista. Homero Icaza Sanchez, responsável pelo Departamento de Pesquisa da emissora, afirma que a TV Globo se organizou de acordo com uma mentalidade de empresa que pela primeira vez se introduziu na nossa televisão.[3] E a TV Globo assume efetivamente o ideário estatal da política de integração nacional. Um bom exemplo é o discurso proferido por Walter Clark, por ocasião da convenção das emissoras da Rede Globo de Televisão, em 1971, em que, segundo o Correio da Manhã, “elogia o governo Médici pela disposição em compor, via Embratel, novas tarifas para as estações. Assim, a Política de Integração Nacional poderá ter melhor colaboração da iniciativa privada no setor de comunicações.[4] “Walter Clark aperfeiçoa esta ideia ao longo da década de 70, procurando diferenciar a televisão da ‘mídia gráfica’. Enquanto os jornais, segundo ele, tenderiam a atuar em áreas especializadas, a televisão, ao contrário, se destinaria a um público de largo espectro. Assim, Clark reafirma seu compromisso com o ideal de integração nacional: ‘A ideia de universo quantitativo e a de integração nacional acabaram com a imagem de programas específicos para cada região.'”[5]

A injeção de recursos da área estatal para a expansão do sistema de televisão atingiu as emissoras em seu conjunto. A eletrificação saiu dos cofres públicos; a transmissão da imagem se fez por conta da Embratel (com a criação de uma rede de satélites) e das prefeituras locais (com a construção de torres). A Embratel, sobretudo, avança consideravelmente no final da década de 60. Mas, com relação à reequipagem, a Rede Globo recebe impulsos diferentes. Esta emissora passa a contar, de início, com a assistência técnica e financeira da organização americana Time-Life, ao mesmo tempo em que cria um mecanismo que, gradativamente, permite-lhe trilhar o caminho do autofinanciamento.

Em 1971, o Grupo Time-Life desliga-se definitivamente das empresas dirigidas por Roberto Marinho. Durante todo esse período — da assinatura do contrato ao seu término — diversas denúncias se sucedem contra a “infiltração estrangeira” em veículos de opinião, cujos expoentes são o então governador Carlos Lacerda (1965) e o deputado João Calmon (na época presidente da Associação Brasileira das Emissoras de Rádio e Televisão e vice-presidente do Sindicato de Empresas Proprietárias de Jornais e Revistas do Estado da Guanabara). E, paralelamente ao esfacelamento de várias empresas de televisão, como as TVs Rio, Continental e Excelsior, a TV Globo inicia a sua ascensão em meados da década de 60 e consolida-se como rede a partir dos anos 70.[6] Definindo prioritariamente a sua posição de liderança, a emissora parte em seguida para os investimentos em sua expansão.

A trajetória da empresa acompanha o clima otimista de “Brasil Grande”. Trata-se de uma indústria moderna, fabricando um produto de ponta — o “Padrão Globo de Qualidade” —, veiculando um discurso emergente — a ideologia desenvolvimentista — e divulgando, do “Oiapoque ao Chuí”, as novas realizações do milagre. O acesso aos bens de consumo “modernos” se estende a uma faixa

maior da população, malgrado a política econômica concentradora da renda.[7] Graças à eficiência da Globo, a demanda por anúncios em sua programação é superior a de todas as outras, tão grande que excede sua capacidade de horário. A televisão, portanto, nesse período, e principalmente a Globo, cumpre a missão de “integrar” as populações regionais e periféricas à moderna sociedade de consumo. Disso decorre a necessidade de uma seleção da propaganda que será lançada ao ar.

É interessante observar que o projeto da Política de Integração Nacional do governo coincide com o projeto de expansão econômica da empresa. Este encontro de objetivos produz uma espécie de casamento perfeito dos dois empreendimentos, o privado e o governamental, que podemos acompanhar nos anos de maior enrijecimento político e censura intensa. Walter Avancini, entretanto, evita simplismos ao discutir essa convergência de projetos, afirmando:

A Globo foi e é grande o suficiente para não ter precisado se comprometer diretamente em relação ao governo. As outras, menores, é que se colocaram à disposição da política governamental por necessidades econômicas. A Globo, sendo muito forte, sempre pôde manter uma dignidade, não precisava se atrelar.

Mas é claro que houve e há coincidências. A chamada “integração nacional”, por exemplo. A centralização da comunicação via TV foi muito mais uma necessidade econômica do modelo de crescimento da emissora do que uma necessidade ideológica, isto é: a necessidade explícita era de atingir 30 milhões de espectadores urbanizados que consomem, e não 120 milhões.[8]

É exatamente por suas características de empresa capitalista, cujos objetivos se ajustam ao modelo econômico que se efetiva no país, que a TV Globo se torna a veiculadora de maior peso da Política de Integração Nacional. Por outro lado, seria interessante lembrarmos as declarações do então ministro das Comunicações do Governo Médici, Hygino Corsetti, numa entrevista à revista Veja (n° 175, janeiro de 1972). Nela, o ministro Corsetti reconhece que a televisão é “um precioso instrumento de integração social e econômica” e declara que o programa do ministério com relação a ela abrangeria dois itens fundamentais:

Primeiro, promover a ampliação da área de cobertura da televisão nacional, com a criação de redes e instalações de novas estações. Segundo, controlar e fiscalizar a qualidade técnica dos serviços, mantendo a nossa TV num alto nível de tecnologia. Mas, à medida que se desenvolvia tal esforço na área técnica, percebemos que o trabalho de engenharia eletrônica e administração não estava sendo utilizado pela TV, como veículo de comunicação de massas, com as mesmas preocupações que animavam o governo, isto é, a construção de um Brasil grande, economicamente forte e culturalmente moderno.

Segundo Homero Icaza Sanchez, a TV Globo, nesse momento, não assume um projeto governamental, mas sim um papel de rede. “Vou the dizer por que é de rede: porque é econômico. Se não tem uma rede nacional, não se pode cobrar por um minuto de comercial o que se cobra. Então, a questão é econômica.”[9] Assim, a Globo centraliza sua produção no eixo Rio-São Paulo, cuja retransmissão para o resto do país se faz através de emissoras locais. Homero Sanchez, a propósito, afirma que a Globo não tem intenção de homogeneizar, mas sim de encontrar uma linguagem comum. “Mas uma linguagem comum”, complementa, “em que há sotaques locais.”[10]

Como consequência dessa centralização, as criações locais são extremamente raras, tanto na Rede Globo como nas demais, a Tupi e a Bandeirantes.

O aspecto de descaracterização cultural das diversas regiões não é de modo algum questionado. Na entrevista citada, o ministro Corsetti afirma que, num país como o Brasil, este fenômeno é positivo. Vejamos:

Em sociedades já estratificadas, historicamente definidas e economicamente limitadas, talvez fosse perigosa e traumatizante a transmissão de imagens mostrando flagrantes diferentes. No Brasil, entretanto, as imagens do Rio e de São Paulo, longe de criarem traumas e angústias, estimulam e incentivam. Há dias, o presidente assinou a concessão de mais um canal de TV para um ponto distante do Nordeste. (TV Rádio Clube — Teresina, Piauí)

Com relação ao conteúdo da programação, é evidente que a veiculação da ideologia dominante não se restringiu à Rede Globo. Não há dúvidas sobre a formalização do discurso apologético em programas como Só o amor constrói, da TV Globo, mas Flávio Cavalcanti, por exemplo, também usou e abusou do proselitismo político na TV Tupi. O que se verifica é que a mensagem assumida pelas emissoras tende a ser mais significativa do que as imposições oficiais; ou seja, na medida em que as diversas emissoras incorporaram ao discurso de sua programação a ideologia governamental, essa mensagem se torna muito mais eficiente do que aquela das propagandas oficiais da Aerp vinculadas em horário nobre. Amaral Neto, por exemplo, no seu programa Amaral Neto, o repórter, da TV Globo, também veiculado em horário nobre, foi um dos mais esforçados propagandistas do milagre brasileiro e das maravilhas nacionais.[11] Seu programa é, talvez, o de conteúdo político mais explícito durante todos esses anos e, segundo Walter Clark, foi colocado na linha de produção da Globo “por pressões da extrema direita”.[12] De acordo com Clark, a televisão

“reproduziu o discurso do governo na medida em que foi concessionária do governo (tinha a propaganda da Aerp, os órgãos de informação requisitavam espaço). Então, nesse período, a

televisão foi um porta-voz do governo.”[13]

As mensagens da Aerp e também outras reproduções diretas das palavras de ordem do poder não alcançam o grau de eficiência do “Padrão Globo de Qualidade”, cuja linguagem se mostra mais adequada aos novos tempos. Cada brasileiro, “responsável” pela construção de uma nova ordem social, deve inserir-se nos preparativos para a grande festa. Há que se formar um clima de participação centrado no indivíduo. É a ilusão de auferir as vantagens do progresso com a aquisição de um eletrodoméstico, ou a aspiração de ascender na escala social como o personagem da telenovela. Há, portanto, toda uma camada da população receptiva à ideologia desenvolvimentista. É provável que um grande contingente desse público componha a mesma classe média que foi o baluarte do binômio “segurança-desenvolvimento” e que ostentou em seus carros plásticos de propaganda com os dizeres: “Brasil, ame-o ou deixe-o”.

Mas a televisão também apresenta propostas nesse período. No início da década de 70, dá-se a entrada da “inteligência” na Rede Globo. A comédia de costumes brasileira, por exemplo, é implantada nesta emissora com A grande família (textos de Oduvaldo Vianna Filho e direção de Paulo Afonso Grisolli). Em depoimento para este trabalho, Grisolli conta que A grande família foi copiado de um programa americano chamado All in the family e que ele e Oduvaldo Vianna Filho começaram a vestir os personagens com um figurino brasileiro. Assim, os personagens de A grande família “começaram a falar assuntos do cotidiano da baixa classe média urbana brasileira.” Grisolli relata:

A proposta foi aceita e experimentada. O programa ficou dois anos e meio em cartaz. A grande família afrontava profundamente, nesse momenta, os padrões Globo de excelência, de sofisticação.[14]

A partir do contato com setores da “inteligência” na emissora, passamos a nos perguntar por que a TV Globo investe em um tipo de programação direcionado para setores mais sofisticados, se a emissora conta, nesse momento, com a audiência da faixa popular do público. Levantamos esta dúvida para Homero Icaza Sanchez, que nos deu a seguinte resposta:

Ainda que pareça estranho, é importante para qualquer rede que a sua programação seja boa, seja elevada. No dia em que tiver público no Brasil que assista a uma programação culta, o Dr. Roberto Marinho será não milionário, senão bilionário ou trilionário. No dia em que a televisão brasileira tiver um conteúdo elevado, o anúncio não será do supermercado, não será do bacalhau. O anúncio será do Rolls-Royce, será do champanhe. O mais importante para uma estação de televisão é logicamente que o nível de sua audiência se eleve. Mais caro o patrocinador, mais caro o produto.[15]

Casos e sucessos especiais à parte, o fato é que a TV Globo se notabilizou, como indústria, pela fabricação do “Padrão Global de Qualidade”, um ideal anti-séptico do período do milagre. Este se tornou um parâmetro de “perfeição”, de “eugenia”, de “limpeza de imagem”, o que concorreu, tanto quanto a censura oficial, para abortar ou alterar projetos de veiculação da realidade brasileira. Da mesma forma que a população é excluída do banquete do PIB, aparece nos vídeos uma realidade exótica, alheia aos conflitos sociais, ao aparato repressivo, que, contraditoriamente, retrata esse momento histórico. Quem melhor comenta esse empreendimento é Walter Avancini:

Deu-se um belo casamento da Globo com a imagem de Brasil Grande. A Globo passou a ser representante dos ideais e sonhos do milagre, do ufanismo desenvolvimentista, do glamour, acima inclusive das próprias crises e dos próprios altos e baixos do sistema nestes 15 anos. A Globo virou o baluarte da classe média, pairando acima da realidade e vendendo ao espectador um Brasil bonito, bem-sucedido, um Brasil de milagre. Foi afinidade, não foi plano maquiavélico de ninguém. A Globo é, sem dúvida alguma, o produto mais bem-acabado e mais bem-sucedido da ditadura. A Globo concretizou uma abstração: Ordem e Progresso.[16]

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

SINGER, Paul. “Evolução da Economia Brasileira”: 1955-1975. In: Estudos Cebrap 17, jul/ago/set. 1976.

CARDOSO, Fernando Henrique. Autoritarismo e democratização, Paz e Terra, Rio de Janeiro, 1975.

Notas

  1. Fernando Henrique Cardoso, a propósito, desenvolve o seguinte argumento: “[…] à hipótese da existência, do fortalecimento e da expansão de um Poder Burocrático e Tecnocrático em oposição à Sociedade Civil e a seus mecanismos clássicos de luta pelo poder (os partidos), eu apresentaria a alternativa de pensar os vários setores do Estado como facções em luta política; cada um deles ligado a interesses sociais distintos. A burocracia e tecnocracia poderiam ser pensadas como aparatos (diversos, naturalmente) a serviço de interesses políticos (sem deixar de incluir entre eles o poder econômico)”. (1975:182)
  2. Entrevista concedida aos realizadores deste trabalho em 25/9/1979.
  3. Entrevista concedida aos realizadores deste trabalho em 10/10/1979.
  4. Correio da Manhã de 30/5/1971.
  5. “TV Globo: o império da imagem”. Revista Banas, 13/5/1974.
  6. De acordo com a revista Banas, a Rede Globo conta, em 1974, com seis estações geradoras, 11 afiliadas, 16 retransmissoras e oito estações em instalação (Revista Banas, idem).
  7. A análise de R.J. Wells relativa aos padrões de consumo da população brasileira é oportuna para essa discussão. Wells afirma: “O mercado de bens manufaturados ‘modernos’ aparentemente inclui pelo menos 60% de todas as unidades familiares brasileiras. Em vista disso, pode-se rejeitar a hipótese de que a difusão do estilo ‘moderno’ de consumo limita-se a uma pequena minoria. […] Todas as classes de renda parecem capazes de incorrer em débito com agentes financeiros externos à família, embora os grupos superior e médio estejam mais endividados que os demais. A finalidade para a qual se incorre em endividamento muda à medida que cresce a renda; as famílias pobres endividam-se principalmente na compra a prazo de roupas e bens domésticos (incluindo utensílios)” (R.J. Wells, “Subconsumo, tamanho de mercado e padrões de gastos familiares no Brasil”, in Estudos Cebrap 17, idem).
  8. Entrevista realizada com Walter Avancini.
  9. Entrevista citada.
  10. Entrevista citada.
  11. Este programa é fenômeno típico dos anos de ditadura: através dele, Amaral Neto se elegeu deputado federal. Já nas eleições de 1978, com o advento da abertura política, não conseguiu se reeleger.
  12. Entrevista citada.
  13. Entrevista citada.
  14. Entrevista realizada com Paulo Grisolli.
  15. Entrevista citada.
  16. Entrevista citada.

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